
O republicanismo do golpe permitiu aos poderes manter relações promíscuas entre si. Relações imorais e ilegais a céu aberto.
A conversa da alta cúpula da Globo com Michel Temer foi tratada como “republicana”. Ainda que o ilegítimo tenha dobrado a espinha para dizer que O Globo impõe contra ele uma campanha persecutória baseada nos áudios da JBS. Como se não houvesse as malas.
E pediu ao maior grupo de mídia que o ajude a enfiar a reforma da Previdência goela abaixo do brasileiro; tudo isso com ares de gravidade e de inquestionável republicanismo.
Gilmar, quando se encontra com Temer para tratar de semipresidencialismo – ou de outras coisas que o brasileiro jamais saberá –, diz que tratou de assuntos republicanos ou de interesse para o país.
Como a PGR, Raquel Dodge, que foi recebida por Michel Temer fora da agenda no Jaburu. Possivelmente o ‘tem que manter isso, viu’ diz respeito ao senso republicano do governo golpista.
De igual modo, Moro posou em fotos republicanas ao lado de Aécio. E achou muito natural.
Não nos esqueçamos da TV Globo, expondo em rede nacional de televisão, os áudios de uma conversa entre um ex-presidente e a então presidenta da República.
O republicanismo do golpe permitiu aos poderes manter relações promíscuas entre si.
No momento em que a ética e a moral estão atiradas no chão, os golpistas acabam mostrando que toda a conspiração, trapaça, compra de votos e mentiras que construíram o golpe foi em nome desse republicanismo.
Desse apego à corrupção.
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