
A máquina de mentiras da imprensa mobiliza os fatos em Curitiba; manchete de jornal serve para pressionar depoente. A PF do Zé colocou Lula versus Delcídio. Nem na ditadura.
Algumas atitudes da imprensa não se explicam e não podem ser perdoadas como simples erro.
A capa da Folha de S.Paulo (27/11) é um destes erros imperdoáveis que sob a perspectiva da produção de sentido, quer fazer de tolos a todos os seus leitores.
E é provável que muitos doentes de ódio tenham recebido a imagem com bastante animosidade. Porque nem o mais leigo dos brasileiros, aquele que nada entende de comunicação ou de jornalismo, deixaria passar sob sua percepção que a imagem não condiz com o título e a matéria.
Mas não é somente isso: também a intenção é criminosa.
No turbilhão de notícias negativas em que o nome do senador Delcídio Amaral aparece não cabe a imagem do Lula. Não há espaço para o Lula.
O que a Folha fez propositalmente envergonharia o mais sujo dos jornalistas. É artimanha de quem utiliza a comunicação para impor mentiras ao seu público. Deveria se retratar, ainda que isso não recupere a dignidade vilatada, mais uma vez aviltada, do Lula.
O engendro da Folha de S.Paulo talvez fosse caso isolado ou mesmo um dos milhares de exemplos da covardia da imprensa, não fosse esta capa a responsável por, segundo notícia vazada a Globonews, irritar o Delcídio em seu depoimento.
Não exagera o Paulo Henrique Amorim quando diz que a PF do Zé Cardozo é pior do que a PF do FHC. Os delegados confessadamente aecistas e os procuradores messiânicos – aqueles que fazem da Lava Jato a sua epifania – atiraram a notícia falsa das críticas do Lula na cara do Delcídio.
Com que intenção?
Com a mesma intenção de confrontar aquele que eles têm na mão com o que eles querem ter. Antes do natal. O Lula é o foco, a luz que rutila nos olhos de sáurio dos procuradores (aqueles que só veem o querem ver).
Leia também: A prisão de Delcídio Amaral foi inconstitucional?
Na socapa da manchete da Folha, nas atitudes dos procuradores e delegados que interrogaram o Delcídio, não há outro ponto chave senão a destruição do Lula. O impedimento providencial contra a sua eleição em 2018.
E toda esta discussão acirrada tem provocado a paralisia do país. Mais uma vez a Lava Jato consegue, com a prisão de elementos políticos, atravancar o que já está quase parado. E num final de ano.
Quantas fases mais terá esta operação?
Até quando as empresas brasileiras continuarão estagnadas, enquanto o capital externo começa a avançar sobre nós? Quando os fãs de Sérgio Moro, ditos patriotas, vão perceber que o Brasil está sendo entregue às multinacionais?
Quando vão perceber que o dinheiro devolvido não faz o Brasil andar porque no dia seguinte à devolução tem mais processos, buscas, apreensões, escândalos, paralisia estatal e política?
Até quando vamos tomar este remédio amargo que no fim não nos salvará por completo da corrupção?
Até quando?
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