
O ex-presidente FHC sabia dos esquemas de corrupção da Petrobras. É o que dizem os relatos de gravações feitas por ele e lançadas agora em livro.
Em O Globo:
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FHC revela que foi alertado em 16 de outubro de 1996 de que um “escândalo” acontecia na Petrobras. O assunto foi tratado num almoço entre o ex-presidente e o dono da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch. O executivo havia sido nomeado por Fernando Henrique para o conselho da estatal.
“Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras. Ele me disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é o Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão”, diz FH no livro.
Galvão Filho era presidente da BR Distribuidora e foi diretor financeiro da Petrobras. Rennó era o presidente da estatal.
FHC cita que o mais grave na estatal era “que todos os diretores da Petrobras são os mesmos do conselho de administração”, sugerindo um uma má prática de governança e um jogo de cartas marcadas nas decisões da empresa.
“São sete diretores e sete membros do conselho. Uma coisa completamente descabida”, segue o relato do ex-presidente sobre a conversa com Steinbruch.
FHC relata que havia necessidade de “intervenção” na estatal, mas, apesar da gravidade do fatos, ele não a faria.
“Acho que é preciso intervir na Petrobras. O problema é que eu não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo Congresso, e também tenho que ter pessoas competentes para botar lá”, confidencia o ex-presidente.
Em outra passagem no livro, Fernando Henrique diz que o desejo dele era nomear o economista Andrea Calabi para o cargo de diretor financeiro da Petrobras, porque ele “tinha que ter alguém lá”. Mas Calabi não aceitou o convite.
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Pois é como ficam os coxinhas agora que foram as ruas gritar que a corrupção da Petrobrás foi criada pelo PT?